Embarcação naufragada resgatada pela Allonda está em museu virtual 3D

Patrimônios arqueológicos são um bem comum da humanidade. Por essa razão, devem ser estudados e preservados. Mas você sabia que existem artefatos arqueológicos até mesmo debaixo d’água?

Durante a execução de uma dragagem na região da Ilha de Mocanguê, em Niterói/RJ, a Allonda identificou um barco naufragado. A ilha fica no interior da Baía de Guanabara, próxima a uma área urbana e industrial. Nasceu aí um novo projeto de resgate do casco soçobrado, que é o termo utilizado para definir as partes naufragadas de um navio.

Preocupação histórica

Em casos como esse, uma das grandes preocupações é em relação ao valor histórico do que foi encontrado.  Nessa região, há tráfego intenso de embarcações e o mar apresenta baixa visibilidade. Dessa forma, a rotina de pesquisa e reconhecimento de itens submersos foi ainda mais difícil. Foi necessário um trabalho minucioso, realizado por especialistas. O objetivo era identificar o navio e suas especificidades, além de mensurar seu valor histórico.

Foi possível constatar que se tratava de uma embarcação grande, com quase 80 metros de comprimento. Era um navio de estilo mercante, de propulsão a vapor, que utilizava carvão como combustível. Estima-se que a embarcação seja do período entre o final do século XIX e o início do século XX, estando naufragada há pelo menos 100 anos.

Tecnologia 3D

No processo do registro arqueológico, foram utilizadas diversas tecnologias que resultaram em dados tridimensionais da embarcação e suas estruturas, antes mesmo de sua remoção da água. Este é um procedimento de extrema importância, porque auxilia o trabalho de pesquisadores, contornando os problemas causados pelas más condições da área.

Com o objetivo de criar um espaço de interação entre pesquisadores arqueológicos e a sociedade, foi criado um museu virtual com modelos em 3D de alguns itens do casco soçobrado que foi resgatado pela Allonda. O resultado são imagens que impressionam dos mais leigos aos mais entusiastas, tornando mais acessível o conhecimento arqueológico.

Remoção da embarcação

Quando um sítio arqueológico submerso é descoberto, há protocolos que devem ser seguidos, como a Convenção da Unesco para Proteção do Patrimônio Cultural Subaquático. Ela fornece orientações práticas e define princípios básicos de proteção a estes patrimônios. A Allonda realizou, com sucesso, a remoção desta embarcação naufragada, além de não causar impactos na operação de dragagem inicial. A solução envolveu:

– A remoção do barco, atendendo a todas as normas técnicas, com mapeamentos preventivos, investigações subaquáticas, sondagens do naufrágio e caracterização do  material coletado.

– Dragagem do material contaminado.

– Derrocamento de pedras subaquáticas.

– Conformação do canal.

Ficou curioso para conhecer os modelos tridimensionais do casco soçobrado? Confira a galeria criada pela Contextos Arqueologia.