Em maio deste ano, o Brasil inteiro enfrentou uma crise de abastecimento por conta da greve dos caminhoneiros. Como consequência, os brasileiros sofreram com a falta de gasolina, itens de supermercado e entregas de encomendas. A participação de outros modais de transporte de carga, como as hidrovias, poderia ter aliviado as consequências da greve tanto para a população, quanto para a economia.
Infelizmente, no Brasil, a porcentagem de uso de outras formas de transporte de carga, além da rodoviária, ainda é pequena. De acordo com o boletim estatístico da Confederação Nacional de Transporte (CNT), de maio de 2018, as participações de cada modal são:
- Rodoviário: 61,1%
- Ferroviário: 20,7%
- Aquaviário: 13,6%
- Dutoviário: 4,2%
- Aéreo: 0,4%
Para se ter uma ideia, a China e os EUA utilizam as hidrovias em uma proporção muito maior: 50% e 30%, respectivamente. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), temos cerca de 27 mil km de vias fluviais navegáveis.
Navegabilidade e hidrovias
Apesar do grande número de rios e lagoas disponíveis em terras tupiniquins, nem todas essas vias podem ser consideradas hidrovias. A hidrografia brasileira está dividida em 12 bacias. Dessas, apenas metade possui hidrovias prontas para o transporte de carga. São elas: Amazônica, Tocantins-Araguaia, Paraná, São Francisco, Paraguai e Atlântico Sul.
Para ser considerada uma hidrovia, uma via fluvial precisa estar apta para o transporte, precisando ser balizado, sinalizado e instrumentado. Por exemplo, é importante realizar obras para que se tenha um calado adequado para a passagem de embarcações com carga, que deve ser de, no mínimo, 2 metros de profundidade.
Outro aspecto que influencia na utilização das hidrovias são as próprias características dos rios brasileiros, como o fato de a maioria deles serem rios de planalto, o que favorece a instalação de hidrelétricas e dificulta a navegação. Isso acontece porque são rios com muitos desníveis, corredeiras, pedras e variações de profundidade. Por isso, é necessária a implementação de sistemas de eclusas, de forma a permitir a navegação mesmo em rios com hidrelétricas.
Investimento
Para que o País alcance uma variação positiva nos modais de transporte, no entanto, ainda são necessários muitos investimentos em infraestrutura. De acordo com a Fundação Dom Cabral, serão necessários investimentos na casa dos R$ 600 bilhões nos próximos 15 anos, com o objetivo de aumentar a participação das hidrovias e ferrovias no transporte de carga.
É importante destacar que a utilização de diferentes modais para transporte de carga não os transforma em concorrentes. O ideal é que os modais sejam complementares entre si. Assim, é possível construir uma rede eficaz de transporte de cargas, reduzindo os impactos de crises, acidentes ou greves em um modal específico.
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