Infraestrutura portuária e a economia brasileira

Como a profundidade do mar nos terminais portuários pode impactar nas importações e exportações

Quem nunca havia refletido sobre infraestrutura portuária com certeza ouvir falar no assunto em março de 2021, quando o navio Ever Given passou seis dias encalhado no Canal de Suez, no Egito, e causou prejuízo estimado em bilhões de dólares.

O navio é uma das maiores embarcações de transporte de cargas do mundo, com 400 metros de comprimento e 220 mil toneladas. Seu encalhamento foi atribuído a uma tempestade de areia, que fez com que o comandante perdesse o controle da embarcação, e resultou em uma fila de mais de 400 navios advindos de todas as partes do mundo. Foi preciso que a equipe de desencalhe aproveitasse um momento de maré mais alta para conseguir manobrar o Ever Given para fazer com que ele desobstruísse a passagem e voltasse a flutuar.

O caso ganhou destaque na mídia por conta dos transtornos e enormes prejuízos para o comércio mundial. Mesmo com estrutura apropriada para navegação de embarcações de grandes proporções, o Canal de Suez enfrentou esta enorme crise por conta de um incidente natural comum à região – no caso, uma tempestade de areia. Foram necessários 14 rebocadores para desencalhar o Ever Given – algo que provavelmente não seria necessário em se tratando de uma embarcação menor.

Toda essa confusão levantou o debate sobre a importância da infraestrutura portuária para a economia. Mesmo em um terminal preparado para receber as maiores embarcações do mundo – o Canal de Suez foi ampliado em 2015 –, condições adversas, como o mau tempo neste caso, provocaram um incidente de enormes proporções. Isso porque o modal marítimo é o mais utilizado para transporte de cargas no mundo: cerca de 70% do volume total de mercadorias do planeta transitam pelos mares e oceanos. Em 2020, 1,151 bilhão de toneladas de cargas passaram pelos portos brasileiros, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

O transporte marítimo é o modal mais antigo utilizado pelo homem para importação e exportação, e sua representatividade para a economia nunca diminuiu – os custos do transporte aéreo para grandes cargas mais altos, sem contar a limitação de capacidade de um avião diante de um navio. Manter a competitividade do modal marítimo é, inclusive, um dos motivos pelos quais as embarcações são cada vez maiores, mais modernas e eficientes.

O aumento das embarcações reflete diretamente na infraestrutura dos portos e um dos principais pontos é a profundidade da zona portuária. Navios de grande porte têm, consequentemente, um grande calado, que é a medida entre a quilha do navio e a linha de flutuação – ou seja, o fundo. O Ever Given, por exemplo, tem 14,5 metros de calado. Para que ele não encalhe ao atracar, é preciso que o mar na região do porto seja profundo o bastante. Por isso, muitas concessionárias que detém a administração dos portos recorrem a soluções de aumento de calado, em que uma empresa, como a Allonda, retira areia e outros resíduos acumulados no fundo do mar.

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