Estudo das reações do solo e das rochas às atividades humanas é parte fundamental da engenharia civil
A geologia é a ciência que estuda o solo e as rochas. Mas e a geotecnia? Esta é a ciência que estuda as reações do solo e das rochas às intervenções humanas – e é fundamental para a construção civil. O estudo de viabilidade geotécnica é o passo inicial de um projeto de engenharia, fundamental para a segurança da obra e, inclusive, é requisito legal para sua realização.
Todo tipo de construção requer um estudo geotécnico, independentemente do tamanho – seja uma casa, um edifício de 40 andares, uma planta industrial ou um viaduto. No caso de obras de grande porte, a importância desta etapa é proporcional ao tamanho do projeto; avaliar as condições do solo antes de projetar e começar a construção pode evitar deslizamentos, quedas e tombamentos, entre outros transtornos. Estes acidentes normalmente são associados a falhas geotécnicas, que não identificam pontos de risco, como, por exemplo, lascas rochosas no terreno.
O trabalho do engenheiro geotécnico é formado por diversos processos de investigação científica, e deve sempre levar em conta pontos de vista que vão além das características dos seus objetos de estudos, como aspectos socioeconômicos, ambientais e operacionais. Um dos principais procedimentos que compõem o estudo geotécnico de viabilidade é a sondagem, em que podem ser utilizados diferentes tipos de equipamentos para coletar amostras e informações sobre a superfície analisada. A sondagem avalia a resistência do terreno, de quantas camadas ele é composto e qual a profundida de cada uma delas, determina qual o tipo de solo, os níveis de água e a localização dos lençóis freáticos – ponto fundamental para evitar erosão e garantir a segurança.
Uma vez concluído, o estudo geotécnico de viabilidade é usado como base para definir qual será o tipo de fundação usado em determinado projeto. Assim, além de mitigar os riscos, este trabalho contribui com a otimização de recursos e a redução dos custos da obra, ajudando a assegurar a eficácia daquela construção. Com todos esses aspectos positivos, esta etapa do processo é vista como uma das mais importantes também do ponto de vista da sustentabilidade, por garantir a preservação dos lençóis freáticos, evitar desperdícios de materiais e acúmulo de resíduos, e, ainda, conter impactos erosivos que podem comprometer não apenas uma construção, mas toda a comunidade do seu entorno e o meio ambiente local.